domingo, 28 de junho de 2009
Cronistas da Expansão: Fernão Mendes Pinto
"Peregrinaçam de Fernam Mendez Pinto em que da conta de muytas e muyto estranhas cousas que vio & ouvio no reyno da China, no da Tartaria, no de Sornau, que vulgarmente se chama de Sião, no de Calaminhan, no do Pegù, no de Martauão, & em outros muytos reynos & senhorios das partes Orientais, de que nestas nossas do Occidente ha muyto pouca ou nenhua noticia. E também da conta de muytos casos particulares que acontecerão assi a elle como a outras muytas pessoas. E no fim della trata brevemente de alguas cousas, & da morte do Santo Padre Francisco Xavier, unica luz & resplandor daquellas partes do Oriente, & reitor nellas universal da Companhia de Iesus."
Fernão Mendes Pinto fora contemporâneo do auge da expansão marítima portuguesa e da paradoxal decadência interna que assolava as terras lusitanas. Chega a presenciar a unificação de Portugal com a Espanha sob o governo de Felipe II de Espanha (1556-1598). A presença da Inquisição fez-se particularmente forte nesse período, promulgada por decreto papal de Paulo III em 1536, um ano antes da partida do autor, e efetivada em 1547, sob a instância de D. João III.
Acredita-se que a Peregrinação tenha começado a ser escrita entre 1569 e 1578, sendo esta última data referida na própria obra. O texto original foi deixado à Casa Pia dos Penitentes que iria publicá-lo 31 anos após a morte de seu escritor. Tamanha demora em sua publicação é creditada ao temor de Mendes Pinto frente à Inquisição.
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