domingo, 28 de junho de 2009

Influências orientais no Museu de Arte Antiga



O Museu Nacional de Arte Antiga, está localizado em Lisboa, Portugal. O museu está instalado num palácio do século XVII construído para os condes de Alvor. Este edifício é também chamado de Palácio de Alvor-Pombal.

A extensa colecção de cerâmica, permite acompanhar a evolução da porcelana chinesa e da faiança portuguesa, bem como ver a influência dos desenhos orientais nas peças portuguesas e vice-versa. A partir do século XVI, a cerâmica portuguesa revela marcada influência Ming, enquanto as peças chinesas ostentam motivos portugueses, como os brasões de armas.

A colecção de marfins e móveis com motivos europeus ilustra as influências recíprocas entre Portugal e as suas colónias. No século XVI, a predilecção pelo exótico deu lugar a uma grande procura de artigos como as trompas de marfim esculpido da África. Os fascinantes biombos Nanban mostram os portugueses a negociar no Japão. Os japoneses chamavam-lhes Naban-jin, bárbaros do sul.

O tráfico de escravos


As primeiras excursões portuguesas à África foram pacíficas (o marco da chegada foi a construção da fortaleza de S. Jorge da Mina, em Gana, em 1482). Portugueses muitas vezes se casavam com mulheres nativas e eram aceitos pelas lideranças locais. Já em meados da década de 1470 os “portugueses tinham começado a comerciar nos golfos do Benin e freqüentar o delta do rio Níger e os rios que lhe ficavam logo a oeste”, negociando principalmente escravos.

Os investimentos na navegação da costa oeste da África foram inicialmente estimulados pela crença de que a principal fonte de lucro seria a exploração de minas de ouro, expectativa que não se realizou. Assim, consta que o comércio de escravos que se estabeleceu no Atlântico entre 1450 e 1900 contabilizou a venda de cerca de 11.313.000 indivíduos (um volume que tendo a considerar subestimado).
No Brasil, a escravidão africana teve início com a produção canavieira na primeira metade do século XVI como tentativa de solução à "falta de braços para a lavoura", como se dizia então. Os portos principais de desembarque escravos eram: no Rio de Janeiro, na Bahia negros da Guiné, no Recife e em São Luís do Maranhão.

Os portugueses, brasileiros e mais tarde os holandeses traziam os negros africanos de suas colónias na África para utilizar como mão-de-obra escrava nos engenhos de rapadura do Nordeste. Os comerciantes de escravos vendiam os africanos como se fossem mercadorias, as quais adquiriam de tribos africanas que tinham feito prisioneiras.
O transporte era feito da África para o Brasil nos porões do navios negreiros. Amontoados, em condições desumanas, no início muitos morriam antes de chegar ao Brasil, sendo os corpos eram lançados ao mar. Por isso, o cuidado com o transporte de escravos aumentou para que não houvesse prejuizo. As condições da tripulação dos navios não era muito melhor que a dos escravos.

O grande e desconhecido continente africano


A colonização portuguesa de África foi o resultado dos descobrimentos e começou com a ocupação das Ilhas Canárias ainda no princípio do século XIV. A primeira ocupação violenta dos portugueses em África foi a conquista de Ceuta em 1415. Mas a verdadeira "descoberta" de África iniciou-se um pouco mais tarde, mas ainda no século XV.

Em 1444, Dinis Dias descobre Cabo Verde e segue-se a ocupação das ilhas ainda no século XV, povoamento este que se prolongou até ao século XIX.

Durante a segunda metade do século XV os portugueses foram estabelecendo feitorias nos portos do litoral oeste africano. No virar do século, Bartolomeu Dias dobrou o Cabo da Boa Esperança, abrindo as portas para a colonização da costa oriental da África pelos europeus.

A partir de meados do século XVI, os ingleses, os franceses e os holandeses expulsam os portugueses das melhores zonas costeiras para o comércio de escravos. Portugal e Espanha conservam antigas colonias. Os portugueses continuam com Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Angola e Moçambique.

Cronistas da Expansão: Fernão Mendes Pinto













"Peregrinaçam de Fernam Mendez Pinto em que da conta de muytas e muyto estranhas cousas que vio & ouvio no reyno da China, no da Tartaria, no de Sornau, que vulgarmente se chama de Sião, no de Calaminhan, no do Pegù, no de Martauão, & em outros muytos reynos & senhorios das partes Orientais, de que nestas nossas do Occidente ha muyto pouca ou nenhua noticia. E também da conta de muytos casos particulares que acontecerão assi a elle como a outras muytas pessoas. E no fim della trata brevemente de alguas cousas, & da morte do Santo Padre Francisco Xavier, unica luz & resplandor daquellas partes do Oriente, & reitor nellas universal da Companhia de Iesus."

Fernão Mendes Pinto fora contemporâneo do auge da expansão marítima portuguesa e da paradoxal decadência interna que assolava as terras lusitanas. Chega a presenciar a unificação de Portugal com a Espanha sob o governo de Felipe II de Espanha (1556-1598). A presença da Inquisição fez-se particularmente forte nesse período, promulgada por decreto papal de Paulo III em 1536, um ano antes da partida do autor, e efetivada em 1547, sob a instância de D. João III.

Acredita-se que a Peregrinação tenha começado a ser escrita entre 1569 e 1578, sendo esta última data referida na própria obra. O texto original foi deixado à Casa Pia dos Penitentes que iria publicá-lo 31 anos após a morte de seu escritor. Tamanha demora em sua publicação é creditada ao temor de Mendes Pinto frente à Inquisição.

Especiarias do Oriente


A aromática Canela




Cinnamomum zeylanicum Breyn

A canela é uma árvore originária do Ceilão, da Birmânia e da Índia e conhecida há mais de 2500 anos a.C. pelos chineses. Seu nome científico, "cinnamomum", segundo referências, é derivado da palavra indonésia "kayu manis", que significa "madeira doce". Mais tarde, recebeu o nome hebreu "quinnamon", que evoluiu para o grego "kinnamon".

A canela era a especiaria mais procurada na Europa e seu comércio era muito lucrativo. O monopólio do comércio da canela esteve nas mãos dos portugueses no século XVI, passou para os holandeses, com a Companhia das Índias Orientais, quando esses expulsaram em 1656 os portugueses do Ceilão, e depois, passou para as mãos dos ingleses, a partir de 1796, quando esses ocuparam essa ilha.
Considerada símbolo da sabedoria, a canela foi usada na Antigüidade pelos gregos, romanos e hebreus para aromatizar o vinho e com fins religiosos na Índia e na China. Entre as muitas histórias da canela, conta-se que o imperador Nero depois de matar com um pontapé sua esposa Popea, tomado de remorsos ordenou a construção de uma enorme pira para cremá-la. Nessa pira foi queimada uma quantidade de canela suficiente para o consumo, durante 1 ano, de toda a cidade de Roma! Mesmo sem a importância que teve no passado e não sendo mais motivo de lutas entre os povos, a canela continua indispensável, como tempero na culinária moderna.

A Expansao Portuguesa

terça-feira, 16 de junho de 2009

Riquezas da Índia


"Da Índia Oriental [...] vem pimenta [...] gengibre [...] cânfora [...] canela [...] e toda a variedade de perfumes [...] ébano, pedras preciosas de toda a espécie, pérolas, vasos de oiro e prata admiravelmente trabalhados, panos de seda e oiro, de algodão [...] loiças feitas com arte admirável a que se chamam porcelana [...] de lá vieram também cinco ou seis elefantes em tempo de El-Rei D. Manuel, o Venturoso [...]"

Damião de Góis

A Batalha que mudou o Mundo!

terça-feira, 9 de junho de 2009

Descoberta das Ilhas Atlânticas

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Trabalho elaborado por: Ana Paula Roque, 8.º D, EB 2.3 Paços de Ferreira, 2009

O papel dos missionários no Oriente


A presença portuguesa no espaço ultramarino não implicou apenas organização militar e administrativa, mas, igualmente, religiosa. Desde o início se entendeu que a acção religiosa nestes espaços poderia favorecer a presença portuguesa. No caso do Oriente, após a chegada de Vasco da Gama à Índia, o rei de Portugal ficou obrigado a proceder à organização eclesiástica e a fornecer todos os meios necessários que lhe fossem inerentes. Durante muito tempo, Portugal foi o primeiro país europeu a exercer aí autoridade religiosa.Como escreveu Oliveira Marques: “O império comercial e militar foi assim duplicado e alargado a um império religioso, mais duradouro e acaso mais interessante como revelador de contactos civilizacionais”. Poucas foram as armadas que saíram do Tejo que não levassem missionários a bordo. Até 1700 partiram para a Ásia e para a África mais de 2000 jesuítas e cerca de 500 para o Brasil (17). A província da Índia foi criada em 10 de Outubro de 1549, sendo o centro em Goa. Em 1601 também se constituiu uma vice-província e em 1605 passou a província do Malabar. As missões na Índia — espaço português —, a partir dos meados do séc. XVI, para além de estabelecerem missões em território gentio, caracterizaram-se pela intolerância para com o não católico residente no espaço português, pela renovação espiritual dos que já eram católicos e pela submissão ao rito latino dos cristãos de rito oriental, como era o caso dos cristãos de S. Tomé e da comunidade parava (pescadores de pérolas, da Costa da Pescaria). Este novo olhar face à missão, implicou a criação de novas estratégias, como foi por exemplo a publicação de legislação que regulamentava o funcionamento da Igreja nesses espaços e tornou-se pertinente dar a conhecer à Europa o andamento da actividade missionária, através dos relatos das missões.

Mapa de Alberto Cantino, 1502


O mapa de Alberto Cantino é dos mais recentes mapas a representar a América. A área no Atlântico médio chamada" Terra del Rey de Portugall," é dos primeiros territórios representados.
O mapa original está na Biblioteca de Modena, Itália.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

A Nau


Nau é o sinónimo arcaico para navio, nave ou barco de grande porte destinado a longos percursos. Em vários documentos históricos a nau surge com a denominação de nave (do latim, "navis"), termo utilizado quase sempre entre 1211 e 1428. Opõe-se-lhe o termo embarcação, aplicado a barcos de menores proporções, utilizados em percursos pequenos.(Réplica da nau Santa Maria, o maior dos navios comandados por Cristóvão Colombo em 1492)

Durante a época dos Descobrimentos, houve uma evolução dos tipos de navio utilizados. A barca, destinada à cabotagem e pesca, era ainda utilizada ao tempo de Gil Eanes, quando, em 1434, dobrou o Cabo Bojador, e seria sucedida pela caravela.
Com a passagem das navegações costeiras às oceânicas, houve necessidade de adaptar as embarcações aos novos conhecimentos náuticos e geográficos. À medida que se foi desenvolvendo o comércio marítimo e se tornou necessário aumentar a capacidade do transporte de mercadorias, armamento, marinheiros e soldados, foram sendo modificadas as características dos navios utilizados. Surgiam então as caravelas de armada e, posteriormente, as naus.

As tão cobiçadas especiarias!


O termo especiaria, a partir dos séculos XIV e XV na Europa, designou diversos produtos de origem vegetal (flor, fruto, semente, casca, caule, raiz), de aroma e/ou sabor acentuados[1]. Isso se deve à presença de óleos essenciais. O seu uso as distingue das ervas aromáticas, em que usam principalmente as folhas.

Além de utilizadas na culinária, com fins de tempero e de conservação de alimentos, as especiarias eram utilizadas ainda na preparação de óleos, ungüentos, cosméticos, incensos e medicamentos.

Portugal, seguido pela Espanha, organizou expedições para a exploração de rotas alternativas (um caminho marítimo) para o Oriente. O projecto português previa um ciclo oriental, contornando a África (o périplo africano), enquanto que o projecto espanhol apostou no ciclo ocidental, que supostamente culminou no descobrimento da América. (há inúmeras controvérsias sobre a casualidade desse facto, já que muitos indícios denunciam o conhecimento prévio da existência do continente americano na Europa)

Século XVI - Por onde nós andamos...

quarta-feira, 3 de junho de 2009

A cartografia dos Descobrimentos

Reflexos dos Descobrimentos...Janela do Convento de Cristo, em Tomar

Uma empresa que envolveu todos os grupos sociais - "Painéis de São Vicente de Fora", de Nuno Gonçalves

Pioneiros porquê?

Durante os séculos XV e XVI, os europeus, principalmente portugueses e espanhóis, lançaram-se nos oceanos Pacífico, Índico e Atlântico com dois objetivos principais : descobrir uma nova rota marítima para as Índias e encontrar novas terras. Este período ficou conhecido como a Era das Grandes Navegações e Descobrimentos Marítimos.
Portugal foi o pioneiro nas navegações dos séculos XV e XVI devido a uma série de condições encontradas neste país ibérico. A grande experiência em navegações, principalmente da pesca de bacalhau, ajudou muito Portugal. As caravelas, principal meio de transporte marítimo e comercial do período, eram desenvolvidas com qualidade superior à de outras nações. Portugal contou com uma quantidade significativa de investimentos de capital vindos da burguesia e também da nobreza, interessadas nos lucros que este negócio poderia gerar. Neste país também houve a preocupação com os estudos náuticos, pois os portugueses chegaram a criar até mesmo uma centro de estudos : A Escola de Sagres.

Foi assim que tudo começou...

E os Direitos Humanos? ...

Os Descobrimentos portugueses (parteII)

Os Descobrimentos portugueses (parte I)